sexta-feira

Plínio rouba a cena, enquanto Marina evita embate com adversários

Os candidatos à Presidência Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PV), José Serra (PSDB) e Plínio Arruda Sampaio (PSOL) se enfrentaram na quinta-feira (5) durante o primeiro debate na televisão pela corrida presidencial.
No encontro, a comparação entre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a gestão de Fernando Henrique Cardoso deu o tom da troca de farpas entre o tucano e a petista, mas foi o “nanico” do PSOL quem roubou a cena com suas críticas. Marina, por sua vez, evitou o embate direto com os adversários, mas aproveitou para lembrar suas raízes humildes para tentar conquistar os eleitores.

Comparações
Principais rivais na disputa, Dilma e Serra aproveitaram para “pisar” um no calo do outro. Em determinado momento, Serra acusou a gestão de Lula de fazer “crueldade” na área da saúde, ao “paralisar” os mutirões de cirurgia.
– Você diz que o governo não parou os mutirões, mas o governo parou os mutirões. E me parece uma crueldade.
Já Dilma colou sua imagem à de Lula e exaltou as conquistas do governo. Ela, porém, não conseguiu esconder o nervosismo com sua estreia na TV, gaguejando em diversos momentos.
- A renda dos mais pobres cresce a taxas asiáticas, enquanto a renda dos mais ricos cresce a taxas mais baixas. Eu considero que uma política social no Brasil combina Bolsa Família e valorização do salário mínimo.

Atuando como “metralhadora giratória”, Plínio não poupou nenhum dos concorrentes das críticas. Mas a imprensa foi o principal alvo do socialista, que se disse vítima de preconceito.
- Imagino que vocês estão surpresos, porque eram só três [candidatos], e agora apareceram mais um. A mídia até agora esqueceu minha candidatura. Esqueceu por quê?
"Fogo amigo"
A candidata do PV, por sua vez, evitou o ataque direto aos principais adversários, e trocou um “fogo amigo” com a adversária Dilma – seu antigo desafeto na época em que ainda estava no governo. Elas fizeram perguntas uma para outra sobre educação e crack e pareceram ter ideias próximas sobre o assunto.
Ao falar, Marina disse que “a única forma de tirar as pessoas da pobreza e da miséria é dar igualdade de oportunidade e uma educação digna”.
Emoção
Ao se despedirem, Serra, Dilma e Marina apelaram para a emoção. O tucano chegou ao embargar a voz ao falar de sua origem e também citou a filha, que reclamou dos poucos sorrisos do pai durante o confronto com os adversários.
- Concorrer a Presidência é algo que me emociona. Venho de muito longe (...) de pais modestos. Consegui chegar aonde cheguei graças a um trabalho, graças a um trabalho muito duro do meu pai.
Dilma também embargou a voz ao falar do presidente Lula.
- Foi a experiência mais importante, viver com a generosidade do presidente Lula me deu uma experiência única. E foi a realização do sonho de muitas gerações. Quebramos muitas barreiras.
Marina também citou Lula ao dizer que o preconceito de classe foi superado quando o presidente foi eleito. Ela afirmou que agora o país está preparado para eleger a primeira mulher de origem humilde e raízes amazônicas. Ela também recitou um poema em homenagem a um menino pobre que conheceu durante a campanha.
Plínio, que roubou a cena sendo o franco atirador do debate, criticou as promessas dos adversários, chamando-as de medidas homeopáticas. E pediu votos para os candidatos do PSOL.
- Um mutirãozinho a mais, um mutirãozinho a menos (...) isso [problemas do país] só se supera com vontade política. Estamos aqui para expressar o desejo do povo brasileiro de superar a muralha contra a discriminação.
Essa foi a primeira vez que os candidatos se enfrentaram em um debate na televisão. Os candidatos também irão se enfrentar novamente em debate promovido pela Rede Record, no dia 26 de setembro.

Da Redação Com R7

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