terça-feira

Ainda “inexplorado”, pré-sal já aquece economia de cidades litorâneas

Petrobras criará 9.000 empregos até 2013; engenheiro recém-formado ganha até R$ 10 mil


    Daia Oliver/06.08.2010/R7



    Karen de Sá afirma que a descoberta do pré-sal influenciou na escolha da carreira; engenheiro de petróleo recém-formado chega a ganhar R$ 10 mil

    A extração de petróleo do pré-sal na costa brasileira ainda engatinha, mas, quando a exploração estiver a todo vapor, especialistas apostam que haverá um aquecimento dos postos de trabalho no país. Entretanto, em algumas cidades litorâneas, como Santos (SP), esse cenário já é realidade.

    Só a Petrobras deverá contratar 9.000 pessoas em todo o país até 2014, o que ampliaria o quadro de empregados de 55 mil para 64 mil. Mas o número de novos funcionários a serem contratados pela cadeia de fornecedores da estatal será bem maior. Segundo especialistas, para cada emprego direto criado no setor, surgem outros cinco indiretos.

    No final do ano passado, a Petrobras decidiu que a base operacional da Bacia de Santos – que vai do litoral do Rio de Janeiro até Santa Catarina - ficaria na cidade de Santos (SP).

    Até 2017, a empresa vai concluir a construção de três prédios com capacidade para abrigar 6.500 funcionários em um terreno de 25 mil metros quadrados no Valongo (um bairro em processo de reurbanização), diz o secretário de Desenvolvimento e Assuntos Estratégicos de Santos, Márcio Lara.

    - As novas oportunidades de emprego no setor começaram a surgir antes do anúncio do pré-sal, em 2005. O setor de petróleo e gás já emprega cerca de 1.100 funcionários aqui, mas esse número deverá crescer. Como para cada emprego direto criado no setor de petróleo surgem outros cinco indiretos, [só com os 6.500 empregos da Petrobras] deveremos chegar a quase 32,5 mil postos, um aumento de 30% nos postos de trabalho na cidade de Santos e nas vizinhas Cubatão, Guarujá e São Vicente.

    De olho nesses empregos e influenciada pela descoberta da camada pré-sal, Karen Peres de Sá, de 24 anos, escolheu a engenharia de petróleo como profissão. Ela não reclama de desembolsar, todos os meses, R$ 850 para pagar a mensalidade da faculdade. Pelo contrário, acha que o dinheiro paga “um investimento”.

    - Pelo que eu mesma pesquisei, há engenheiros de petróleo, em Macaé (RJ) e Vitória (ES), formados há pouco tempo, que ganham de R$ 10 mil a R$ 15 mil. Com um salário desses, em um mês de trabalho eu consigo compensar o que paguei por um ano da faculdade.

    O coordenador do curso de engenharia de petróleo da Unisanta, Robson Dourado, diz que a profissão está em alta no mercado porque o governo federal decidiu aumentar os investimentos no setor de petróleo e gás, o que afeta toda a cadeia, inclusive a construção civil.

    - Os salários variam muito porque o profissional pode trabalhar embarcado [nas plataformas] ou em terra. É comum pessoas com poucos anos de formação com salários de R$ 10 mil ou R$ 20 mil, mas a remuneração média é de R$ 4.000 ou R$ 5.000 para recém-formados.

    Dourado compara o crescimento da cidade de Santos com o que ocorreu com Macaé (RJ) na década de 1970.

    - É um caminho que não tem volta e a cidade verá um crescimento extraordinário nos próximos anos.

    Em junho, a Petrobras anunciou que vai investir R$ 394 bilhões (US$ 224 bilhões) até 2014 em tecnologias e processos relacionados à exploração de petróleo, sobretudo na camada pré-sal. Os fornecedores de peças e serviços do mercado interno deverão abocanhar R$ 50 bilhões (US$ 28,4 bilhões) por ano desse total.

      Da Redação Com R7 

    Nenhum comentário:

    Postar um comentário