sexta-feira

Governo anterior sabia que PMs participavam de grupos de extermínio, diz secretário

Em 2007 a cúpula da Secretaria de Segurança e Defesa Social da Paraíba já sabia da existência dos grupos de extermínios com a participação de policiais civis e militares das mais baixas às mais elevadas patentes. Apesar da sua responsabilidade de promover segurança, nenhuma providência foi tomada.
A revelação foi feita pelo atual secretário de Segurança e Defesa Social da Paraíba, Gustavo Gominho, em entrevista concedida nesta sexta-feira (27) ao programa Correio Debate, da Rádio 98/FM (Rede Correio Sat). De 2007, até a mudança de governo em que Cássio Cunha Lima (PSDB) foi cassado e o governador José Maranhão (PMDB) assumiu, o secretário de segurança foi Eitel Santiago.
Gustavo Gominho concedeu entrevista a propósito das prisões efetuadas na madrugada de hoje pela Operação Águas Limpas, quando foram presas 11 pessoas acusadas de participar de um grupo de extermínio responsável por vários homicídios e outras ações criminosas ocorridas nas cidades que envolvem a Grande João Pessoa, dentre elas Bayeux, Santa Rita e Cabedelo, além de um policial militar do Distrito Federal.
O secretário Gominho acrescentou que a Operação Águas Limpas deverá atuar ainda por uns dois anos para concluir o seu trabalho. Afirmou que as prisões efetuadas hoje simbolizam apenas o começo do que virá pela frente.
Em seguida ele explicou que os nomes das figuras de alta patente da Polícia Militar envolvidas nos grupos de extermínio (são três os até agora constatados) ainda não foram revelados porque o trabalho começa pelos executores para terminar com os mandantes. Este, segundo ele, é o procedimento técnico adotado nesse tipo de trabalho.
Na sequência da entrevista, o secretário Gustavo Gominho disse que os grupos de extermínio que ora estão sendo desmantelados pela Operação Águas Limpas operam a mando e serviço do tráfico de entorpecente, pelo que são pagos. "As vítimas, via de regra, são também criminosos. Mas nem por isso temos que deixar corre frouxo. Sabemos da existência de homicídio de pessoas honradas por encomenda, e esses grupos fazem isso", declarou o secretário.

Da Redação Com Wellington Farias
Portal Correio 

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