A Companhia Docas da PB, administradora do Porto de Cabedelo, tem registrado crescimento constante na movimentação de cargas e, nos últimos três meses, houve crescimento em relação ao mesmo período de 2010. Segundo a gerência de operações, o grande salto foi no mês de maio, quando foram movimentadas mais de 185 mil toneladas, representando 92% de aumento comparado a maio do ano passado. Em abril, o crescimento foi de 20,56% e em junho foi de 16,07%.
Somados, os seis primeiros meses do ano acumulam movimentação de 852 mil toneladas, 250 mil (29%) a mais que em 2010. Há mais de 50 anos o porto não registrava tamanho volume de carga movimentada.O diretor-presidente da Cia Docas, Wilbur Holmes Jácome, atribui esse recorde histórico à demanda do segmento de construção civil, que incrementa a produção de cimento e toda cadeia logística envolvida pelo setor; e ao fato do porto de Cabedelo se beneficiar pelo porto de Suape (PE) estar trabalhando com uma demanda 18% acima de sua capacidade. “Esse excedente escoa para nós e precisamos estar preparados para sermos um porto ‘alimentador’, ou seja, de suporte, tanto ao de Suape, quanto ao de Natal”, explica Wilbur, justificando a necessidade de investimento na infraestrutura do porto paraibano.
A diretoria do Cia Docas tomou providências para que o armazém IV do porto esteja apto a receber alimentos e produtos de saúde de acordo com as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); e em abril reinaugurou o posto da Receita Federal que há décadas funcionava no porto em condições precárias. Está sendo finalizado um estudo sobre os processos internos do porto para subsidiar a elaboração de normas e procedimentos que vão agilizar e diminuir os custos operacionais. A nova gestão do porto está trabalhando por uma política comercial consistente, uma rota de cabotagem para a PB e na prospecção de novas cargas.
O porto de Cabedelo é a principal ferramenta de apoio à indústria e comércio do Estado e atualmente tem um calado de 9 metros, estando em processo de dragagem para se chegar aos 11m. Além da dragagem é necessário investir na infraestrutura do porto para que este se adeque às novas demandas do comércio exterior. O presidente da Cia Docas, Wilbur Jácome, entregou à Secretaria de Portos da Presidência da República os projetos de construção do cais comercial e do terminal de múltiplo uso, de contêiners e de passageiros, e está pleiteando verba do PAC ll.
Para manter o crescimento, o porto precisa de investimentos nos projetos estruturantes que vão permitir o aumento na movimentação de contêiners de 2 mil para até 50 mil contêiners por ano, e a duplicação da movimentação de cargas.
Wilbur ressalta que a Paraíba está sem investimentos estruturantes na área portuária há mais de 30 anos. “Precisamos reerguer a economia do Estado e o porto é a maior ferramenta para isso. Afinal, as ferrovias que cortam o Estado começam ao lado dos nossos armazéns e a BR-230, que também cruza toda Paraíba, tem o km 0 (zero) em frente aos nossos portões. Temos um super potencial multimodal e não temos equipamentos para estimular zonas de processamento de exportação em vários outros locais. Ou temos o apoio do Governo Federal, ou a nossa economia pode sofrer danos severos”, avalia. Segundo o diretor-presidente, os projetos já foram entregues em Brasília e só faltam as ações políticas para que a infraestrutura logística do Estado seja otimizada.
Da Redação com Secom
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