O Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) esteve no município nos dias 17 e 28 de fevereiro e confirmou a atuação criminosa. A Secretaria de Saúde de Paulista registrou queixa na Delegacia de Polícia para autuação dos crimes.
De acordo com o diretor do Departamento de Fiscalização do CRM-PB, Eurípedes Mendonça, um dos falsos médicos utilizava o carimbo de um profissional registrado no CRM do Rio Grande do Norte, com nome de Ricardo.
“Ele praticava seus crimes prescrevendo até medicamentos controlados como o psicotrópico bromazepam (lexotan), que causa dependência e possíveis reações adversas e ainda exige avaliação periódica”, disse Eurípedes.
O falsário também receitava antibióticos, com receitas com erros grosseiros, que, inclusive, deveriam impedir a venda ou entrega do medicamento nas farmácias.
Neste caso, no entanto, o CRM não conseguiu identificar o local onde as receitas foram prescritas, se no Hospital Emerentina Dantas ou nos Postos de Saúde da Família (PSFs) da cidade.
No mesmo período, outro falso médico atuava como plantonista do hospital do município. Ele prescreveu várias medicações, inclusive injetáveis, aos pacientes internados.
“Ele utilizava um carimbo, usando o nome de dr Raoni e criou um número fictício de CRM, 7583, sem a sigla do Estado em que atua, o que é um item obrigatório no carimbo”, explicou Eurípedes Mendonça.
Após consultar o cadastro nacional dos médicos do Conselho Federal de Medicina, foi constatado que nenhum médico do país possui o CRM 7583 e tem o prenome de Raoni.
“Além disso, as prescrições hospitalares apresentavam erros grosseiros, como o preenchimento de dados obrigatórios das queixas (anamnese) e as alterações do exame físico encontrado. Ele usava termos como ‘temperatura corporal alta’, por exemplo”, acrescentou o diretor de Fiscalização do CRM-PB.
Recomendações a pacientes e gestores públicosO CRM-PB recomenda que os pacientes que foram atendidos pelos falsos médicos procurem urgentemente um verdadeiro profissional para uma nova avaliação, principalmente, aqueles que continuam tomando remédios controlados.
Além disso, o CRM-PB recomenda aos gestores públicos que forem contratar médicos, que consultem o site do Conselho Federal de Medicina (www.cfm.org.br), onde podem consultar gratuitamente e confirmar a habilitação de um profissional ao exercício da Medicina.
Outra alternativa é, nos dias úteis, enviar e-mail (crmpb@crmpb.org.br), fax ou telefonar (2108-7200) para o CRM-PB a fim de confirmar as informações profissionais do candidato.
Para que os crimes sejam solucionados e os falsos médicos sejam punidos, é importante que os pacientes atendidos por esses criminosos procurem a delegacia de polícia, prestem queixa e ajudem na constituição do retrato falado.
“Infelizmente, esta prática criminosa atinge muitos municípios da Paraíba. A população, para sua própria segurança deve ajudar a prender os criminosos”, afirma Eurípedes Mendonça.
Hospital interditado
Além da constatação dos dois falsos médicos no município, o CRM-PB decretou, a partir deste 1° de março, a interdição ética do Hospital de Paulista, pois em alguns dias da semana, não havia médicos de plantão.
Da Redação com o Portal Correio
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