Léo Abreu alega razões de foro íntimo para a decisão tomada. Vice Carlos Rafael assume destinos de Cajazeiras
O prefeito de Cajazeiras, Léo Abreu (PSB), renunciou seu mandato na tarde de ontem, deixando surpresa toda a população local. Em seu lugar, tomou posse o vice-prefeito Carlos Rafael (PTB) que, agora, é o responsável pelos rumos administrativos de uma das maiores prefeituras paraibanas. Uma grande quantidade de eleitores e curiosos tomaram conta das ruas da cidade e em frente à Câmara Municipal para acompanhar a inesperada transição.
Na carta de renúncia entregue ao presidente da Câmara Municipal de Cajazeiras, Marcos Barros (PSDB), Léo disse que as razões foram de foro íntimo e pediu desculpas aos cajazeirenses por qualquer eventual ação que tenha desagradado ao povo. "Peço perdão aqueles que, de alguma forma, causei qualquer mal", disse.
As razões de foro íntimo não foram explicitadas por Léo na sua carta de renúnica, mas, de acordo com informações de bastidores, ele teria aberto mão do cargo eletivo por causa de concurso público para o qual foi aprovado para ocargo de perito médico da Polícia Federal no estado do Ceará, função equivalente a de delegado da PF, com remuneração que pode chegar aos R$ 20 mil. No entanto, esta informação é contestada por alguns cajazeirenses, pelo fato de que ele já dava expediente em Juazeiro do Norte (CE) e não precisava renunciar ao cargo para assumir no emprego federal.
Além de toda a agitação que causou em Cajazeiras, a notícia da renúncia de Léo Abreu provocou alvoroço no microblog Twitter, espaço onde os internautas comentaram a decisão do ex-gestor. Alguns lembraram que o pai de Léo, o deputado estadual Vituriano Abreu (PSC), em entrevista a uma emissora de rádio chegou a comentar que o filho andava descontente com a política e a decepção era maior com aliados.
Pessoas próximas a Léo chegaram a afirmar que ele já havia ameaçado renunciar o cargo meses atrás, mas sua fala não foi levada a sério. Com isso, o fato se concretizou ontem e deixou a população de Cajazeiras em polvorosa. Carlos Rafael, atual prefeito, parecia já saberdo que estava prestes a acontecer.
Na noite do último domingo, ele chegou a postar no Twitter a seguinte mensagem: "Boa noite. Me preparando para dormir, já que esta semana que se inicia amanhã (ontem) promete bastante. Será uma semana muito importante".
Ontem, na sua primeira entrevista como prefeito, Carlos disse que quer dividir a responsabilidade da administração municipal com todos os cidadãos da cidade. "Está terminantemente proibido no nosso grupo de se falar em eleições. O momento é de trabalho", afirmou. Ao ser empossado pela Câmara Municipal de Cajazeiras, ele fez elogios à gestão de Léo Abreu. Empossado, Carlos revelou que já sabia da renúncia de Léo. "Perguntei se ele estava ciente do ato e ele me disse que eu saberia conduzir os destinos de Cajazeiras", afirmou.
Com sua renúncia, Léo viabiliza uma provável candidatura do seu pai a prefeito de Cajazeiras nas eleições do próximo ano, já que com ele na Prefeitura haveria incompatbilidade da candidatura, porque ele poderia tentar a reeleição.
Juntocom Léo, também renunciou ao cargo o secretário Júnior Araújo. Por meio de sua página na internet, Júnior afirmou que estava "renunciando ao cargo para deixar Carlos Rafael à vontade e formar sua própria equipe de governo".
Léo Abreu ingressou na política em 2004, como candidato a prefeito pelo Partido Progressista (PP), mas não chegou a ser eleito com os 13.312 votos que obteve.
Em 2008, ele fez nova tentativa e se elegeu cm 52% dos votos válidos (16.749 votos), contra 47% do adversário, Marinho, do DEM. Ele é médico ortopedista e professor da Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Cajazeiras.
Léo Abreu teve, recentemente, anunciada a sua filiação ao PMDB, liderado na Paraíba pelo governador José Maranhão. Sua renúncia, acaba com esta especulação.
FONTE: Rita Bizerra, com DB Oline
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