quinta-feira

Governo tinha 1.500 "fantasmas"

Lista é divulgada contendo nomes de servidores que recebiam sem trabalhar no governo Maranhão
Arthur Araújo // arthuraraujo.pb@dabr.com.br

Foi divulgada ontem uma lista contendo o nome de cerca de 1.500 funcionários que estariam recebendo salários sem trabalhar durante o governo Maranhão III. A relação, que foi confirmada como oficial por uma fonte do governo do estado, inclui cerca de 450 servidores que já faleceram mas continuavam sendo gratificados. Juntos, os salários correspondiam a mais de R$ 717 mil. A lista foi encaminhada pela Secretaria de Estado da Administração para investigação do Ministério Público da Paraíba (MPPB).

A relação que detalha os funcionários irregulares da última administração estadual foi entregue ao Ministério Público pelo secretário de Estado da Administração, Gilberto Carneiro, no último dia 2 de abril. No documento foram descritos os municípios, matrículas, funções e vínculo destes servidores com o Estado, sendo, em sua maioria, prestadores de serviço. Eles estariam sendo remunerados sem possuírem a frequencia determinada e até estando fora do país, como os casos de professores que estariam em Portugal e nos Estados Unidos.

Os servidores mortos também representam uma parte considerável da relação. Eles eram 448 e recebiam de R$ 510 a R$ 16 mil mensais, somando R$ 717.618 mil. Quando um funcionário morre, os próprios familiares precisam realizar uma comunicação oficial ao Estado, processo que demora certo tempo. No entanto, a folha de funcionários do Estado continha servidores que faleceram no ano de 2006, como é o caso de Teófilo Calixto, o mais antigo da lista.

O presidente do partido ao qual faz parte o ex-governador José Maranhão, PMDB, Antônio Sousa, definiu o vazamento das informações como irresponsável. De acordo com ele, a relação apresenta diversos erros, como o caso da falecida Rita Dantas da Nóbrega. "O nome dela aparece duas vezes na lista, com matrículas e salários diferentes", afirmou, apontando que o MPPB precisa aprofundar as investigações.

Antônio informou, ainda, que o ex-governador já havia anunciado que aqueles contrataos venceriam, o que não aconteceu quando Ricardo Coutinho assumiu o governo, devido ao caos gerado em torno dos funcionários da educação, de onde parte a maior parte dos servidores citados. "Isto tudo não passa do afã de muitos em atacar José Maranhão", defendeu.

Responsáveis

A fonte que deixou vazar as informações sigilosas ainda é desconhecida. O documento, que só era conhecido por representantes do Governo e do Ministério Público, teria sido divulgado por um dos auditores que analisavam a questão, o que foi negado pelo órgão. Através de uma nota divulgada pela sua Assessoria de Imprensa, o MPPB negou que qualquer fonte oficial de seus quadros possua envolvimento.

De acordo com o Promotor de Justiça Carlos Romero Lauria Paulo Neto, a lista não pode ser, sequer, adjetivada como sendo de funcionários "fantasmas", já que não houve comprovação desse fato para nenhum dos seus componentes. Além disso, o Governo do Estado não teria entregue, anexo a relação, nada que auxiliasse as investigações.

Da Redação com O Norte

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