A Paraíba teve a primeira morte confirmada por dengue este ano. A vítima foi o estudante Emanuel da Silva Heleno, de 12 anos. O garoto morreu neste sábado (19) no Ortotrauma de Mangabeira em João Pessoa com sintomas da dengue hemorrágica.
O Laboratório Central do Estado da Paraíba (Lacen) realizou nessa segunda-feira (21) os exames de sorologia que confirmaram a morte por dengue. “Nós analisamos os exames feitos no Ortotrauma e ficou confirmado que o caso é de dengue hemorrágica”, explicou Júlia Vaz da Vigilância Sanitária de João Pessoa.
InvestigaçãoSegundo Ivonete Gomes da Silva, mãe da vítima, o garoto teria sido picado pelo mosquito transmissor da dengue no último dia 13. “Como ele era muito estudioso, disse que aquele mosquito era o da dengue”, explicou. No domingo a tarde, Emanuel já começou a sentir dor na cabeça e febre.
Na quinta-feira (17) o garoto foi internado no Ortotrauma com fortes dores no abdômen. “Além da dor, meu filho também estava vomitando uma baba cor de café”, disse Ivonete. Em seguida o adolescente começou a defecar sangue e não resistiu aos sintomas.
Equipes da Secretaria de Saúde de João Pessoa foram até residência da vítima que fica na comunidade Boa Esperança, no Cristo Redentor, para verificar a existência de focos do mosquito Aedes Egipyt, transmissor da doença. “Para a nossa surpresa nós não encontramos nenhum foco na casa do estudante, mas encontramos nas residências vizinhas”, disse Júlia Vaz da Vigilância Sanitária.
Ela informou que vários moradores da comunidade trabalham como catadores de material reciclável e a abrigam o material nos quintais das casas, criando um local propício para a proliferação do mosquito. A equipe aplicou produtos para combate da dengue nas residências próximas a casa da vítima e na próxima quarta-feira (24) está programada uma nova visita para avaliar a área.
Casos de dengue
A chefe de núcleo das doenças transmissíveis por vetores na Paraíba, Gisele Aversari, informou que até a 23ª semana deste ano foram confirmados 1.293 casos de dengue na Paraíba, um aumento de 792 casos em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram confirmados 511 casos da doença.
Segundo Gisele esses números já eram esperados por conta do tempo propício, com chuvas e baixas temperaturas, e principalmente pela pouca participação da população para combater o mosquito transmissor da doença. Dos casos confirmados este ano, 1.276 foram da dengue clássica, 11 de dengue com complicações, 5 febre hemorrágica e um caso por síndrome de choque.
“Não é uma epidemia, mas não quer dizer que estamos livres de uma”, lembra Gisele.
De acordo com a chefe de núcleo o trabalho de controle do vetor está sendo feito desde ano passado. Mas segundo Gisele, é necessário que a população contribua. “É um problema social, apenas o carro do fumacê não vai combater o mosquito é necessário eliminar os criadouros”, explicou.
Da Redação Com Paraíba 1
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