Material teria sido trazido pela chuva, que deixou 12 mortos no estado.
Mais de 42 mil pessoas tiveram de sair de casa em 54 municípios.
Cerca de 15 toneladas de lixo foram recolhidas da praia de Boa Viagem, no Recife, nesta segunda-feira (Foto: Michele Souza/JC Imagem/AE)
Cerca de 15 toneladas de lixo foram recolhidas da praia de Boa Viagem, no Recife, nesta segunda-feira (21). Segundo a assessoria de imprensa da Empresa de Limpeza e Manutenção Urbana do Recife (Emlurb), o lixo é conseqüência das chuvas e foi parar no mar após ter sido trazido pela enxurrada dos rios que cortam o estado.Entre o material recolhido estão galhos e troncos de árvores, além de sofás, camas, fogões e até aparelhos de televisão. As carcaças de pelo menos três vacas também foram encontradas na areia da praia.
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No Recife, 60 funcionários da limpeza urbana participaram da operação. O material recolhido foi levado para dois aterros sanitários. Segundo a Emlurb, praias de Jaboatão dos Guararapes (PE) também ficaram sujas com o lixo trazido pela enxurrada.12 mortos
A Defesa Civil de Pernambuco informou que 12 pessoas morreram por causa das chuvas. Oito mortes foram registradas em Recife. Outros óbitos também foram confirmados em Agrestina, Belo Jardim, Cortês e Jaboatão dos Guararapes.
Mais de 42 mil pessoas tiveram de sair de suas casas por causa das chuvas em 54 municípios que registraram prejuízos. Segundo a Defesa Civil, Pernambuco tem 17.808 desabrigados e 24.552 desalojados.
Recife decretou estado de Alerta Máximo. A medida foi publicada no diário oficial de sábado (19). Segundo informações do governo, Água Preta, Gameleira e Palmares são as cidades mais atingidas pela chuva. Duas pontes construídas sobre a BR-101 foram levadas pela enxurrada em Palmares.
Ventos e temperatura do Atlântico
A coordenadora do Laboratório de Meteorologia de Pernambuco (Lamepe), Francis Lacerda, explicou ao G1 que as chuvas que atingiram o estado são resultado de um fenômeno chamado ondas de leste, que é normal nesta época do ano e causa precipitação na costa leste do Nordeste.
Segundo Francis, ventos fortes e a temperatura da água do Atlântico, que está 1,5ºC mais elevada que o normal, contribuíram para a intensificação das chuvas.
“Quando há águas mais quentes no oceano, as chuvas ficam mais intensas do que o normal. Os fortes ventos alísios também intensificaram a propagação das ondas de leste. Normalmente, elas não ultrapassam mais do que 100 quilômetros da costa, mas esse fenômeno chegou a produzir precipitação a 400 quilômetros de distância da costa”, diz.
De acordo com a meteorologista, a previsão climática de longo prazo indica que as chuvas devem ficar perto do índice normal. Entretanto, há condições no oceano e na atmosfera que podem intensificar as ondas de leste e causar mais chuvas intensas.
“Essas ondas de leste podem ser amplificadas pelo atual quadro do oceano e da atmosfera. Ainda existe a possibilidade da atuação de fenômenos como esse na costa do Brasil, mas acho que é pouco provável que outras ondas de leste alcancem a intensidade dessa que atingiu Pernambuco na semana passada”, diz.
Da Redação Com G1
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