Sem três titulares, seleção não empolga, mas cumpre missão e pode ter chave fácil pela frente
AFP/Antonio ScorzaSem Kaká e Robinho por perto, Luís Fabiano fica perdido em campo e lamenta única chance que teve na partida, em uma cabeçada
Jogando praticamente com um time misto, o Brasil empatou por 0 a 0 com Portugal nesta sexta-feira (25) e finalizou a primeira fase da Copa do Mundo da África do Sul na liderança do Grupo G, mas sem encantar a torcida que compareceu aos estádio Moses Mabhida, em Durban. Com a igualdade, a seleção portuguesa ficou na segunda colocação e também se classificou.
Kaká (suspenso), Elano (contundido) e Robinho (poupado) não jogaram e deram lugar a Julio Baptista, Daniel Alves e Nilmar. Entretanto, os reservas mostraram que não conseguem manter o nível do jogo apresentado pelos titulares, e o Brasil teve dificuldade na criação de jogadas.
É a primeira vez desde 1998 que a seleção brasileira não termina a primeira fase da Copa do Mundo com 100% de aproveitamento. Apenas Argentina e Holanda venceram todas as partidas no Mundial até agora.
Também foi o primeiro empate sem gols da seleção brasileira em Mundiais desde a final da Copa de 1994, contra a Itália, quando o Brasil se sagrou tetracampeão.
Com o resultado, a seleção do técnico Dunga finalizou a chave com sete pontos, contra cinco de Portugal, quatro da Costa do Marfim e zero da Coreia do Norte. No outro jogo da rodada, os marfinenses derrotaram os norte-coreanos por 3 a 0.
A liderança do grupo pode deixar o Brasil com um bom caminho até a final. Se a Espanha finalizar o Grupo H na primeira colocação, a seleção brasileira enfrentará Suíça ou Chile nas oitavas, na segunda-feira (28), em Johannesburgo. Depois, teria Eslováquia ou Holanda nas quartas e uma semifinal teoricamente mais fácil, contra Uruguai, Coreia do Sul, Estados Unidos ou Gana.
A equipe mista do Brasil começou o jogo com uma característica clara: jogar ofensivamente e tentar marcar gols para impressionar o técnico Dunga. Julio Baptista, Nilmar e principalmente Daniel Alves correram nos primeiros minutos como nenhum outro jogador da seleção fez nesta Copa.
Com tanto ímpeto ofensivo, o Brasil controlou o primeiro tempo e só foi ameaçado em alguns contra-ataques, puxados principalmente por Cristiano Ronaldo. Essas tentativas portuguesas, contudo, não eram efetivas, principalmente pelo individualismo do astro luso, que raramente passava bolas para companheiros melhor posicionados.
Aos 6min, o Daniel Alves roubou a bola e deu o primeiro chute a gol. Com Portugal recuado, o Brasil continuou pressionando, mas deixou espaços para os rápidos ataques do adversário. Aos 15min, a seleção portuguesa chegou pela primeira vez com algum perigo, após cruzamento de Coentrão.
Logo em seguida, Felipe Melo começou a se estranhar com Pepe, ambos conhecidos por seus temperamentos fortes dentro de campo. O melhor lance do Brasil chegou aos 30min. Luís Fabiano fez boa jogada na área e cruzou. A bola passou pela zaga e encontrou Nilmar, que finalizou bem. Eduardo espalmou e a bola ainda bateu na trave.
Aos 38min, o Brasil novamente ficou perto de marcar. Maicon cruzou da linha de fundo para Luís Fabiano. O atacante cabeceou bonito, mas a bola raspou a trave e foi para fora.
No lance seguinte, Pepe pisou no tornozelo de Felipe Melo e levou cartão amarelo. Para não sair perdendo na briga pessoal, o brasileiro fez o mesmo aos 42min e também foi advertido. Então, para o Brasil não ser prejudicado, Dunga colocou Josué em campo ainda no primeiro tempo, na vaga do nervoso volante.
Portugal voltou para a segunda etapa melhor e ocupando o campo de ataque por mais tempo, mas sem conseguir criar jogadas perigosas. A melhor chance veio em uma cobrança de falta de Cristiano Ronaldo. O que ficou claro é foi o Brasil, este sim, voltou pior do intervalo.
Aos 14min, a seleção brasileira quase levou o gol. Cristiano Ronaldo avançou contra Lúcio na área. O brasileiro cortou de carrinho, mas a bola sobrou para Raúl Meireles, que chutou mal de direita, quando a melhor opção seria a finalização de esquerda. Assim, ele facilitou para Julio César desviar a bola na direção da linha de fundo.
Na sequência do lance, o português se chocou com o goleiro brasileiro e gerou preocupação na seleção, mas Julio César foi atendido e voltou para a partida.
Julio Baptista não se mostrou um bom substituto para Kaká e raramente armava uma jogada de perigo. Nilmar, após um primeiro tempo satisfatório, escondeu-se em campo na etapa final, ajudando Portugal a dominar o jogo por alguns momentos.
Com o decorrer do jogo, as oportunidades de gol diminuíram, e nem as entradas de Ramires e Grafite ajudaram a seleção a chegar à vitória. A última chance foi justamente em um chute de Ramires, que desviou na zaga e quase enganou Eduardo aos 44min.
Da Redação Com R7
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