terça-feira

Promotoria pede à Justiça prisão preventiva para ex de Mércia

Promotor Rodrigo Merli solicitou conversão do decreto da temporária.

Mizael, principal suspeito de matar advogado, é considerado foragido.

O Ministério Público de Guarulhos, na Grande São Paulo, pediu para a Justiça converter o decreto da prisão temporária para Mizael Bispo de Souza, principal suspeito de matar a ex-namorada Mércia Nakashima, em preventiva pelo fato de o advogado e policial militar ter fugido ao saber que seria preso no sábado (10).
No caso da preventiva, em vez de permanecer preso apenas na fase de inquérito policial, pelo prazo de 30 dias, como determina a temporária, o advogado e policial militar aposentado permaneceria detido até um eventual julgamento.
O ex da advogada está foragido desde sábado, quando o juiz plantonista Davi de Castro Pereira Rio determinou que ele fosse recolhido temporariamente num presídio da Polícia Militar. O que motivou a decretação da prisão foi o depoimento do vigia Evandro Bezerra Silva, que declarou para a Polícia Civil que foi o ex-namorado de Mércia que a matou. Depois, contou ter auxiliado na fuga ao buscar Mizael de carro. O crime foi cometido em 23 de maio numa represa em Nazaré Paulista, no interior de São Paulo. O corpo da vítima foi encontrado em 11 de junho. Mizael diz ser inocente.
Segundo o advogado de Mizael, Samir Haddad Júnior, seu cliente não irá se apresentar até que se esgotem os recursos que ele pretende impetrar contra o decreto da prisão temporária. Apesar disso, a polícia quer indiciar o ex até quarta pelo crime de homicídio. Evandro já foi indiciado e deverá passar por uma acareação com uma testemunha nesta terça-feira (13) no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em São Paulo.
A solicitação para transformar a temporária em preventiva foi feita na segunda-feira (12) pelo promotor Rodrigo Merli Antunes, que acompanha as investigações policiais sobre o caso. O pedido ainda terá de ser analisado por um juiz.


Em seu manifesto, obtido pelo G1, o promotor justifica seu pedindo escrevendo que há “prova da existência de crime hediondo, indícios mais que suficientes de autoria, bem como necessidade da custódia para garantirmos a aplicação da lei penal em caso de futura e provável condenação.”
Ainda, segundo Merli Antunes, Mizael “muito embora tenha as suas razões para questionar o decreto de sua prisão temporária, deveria desde logo ter se apresentado e, na seqüência, se recolhido ao cárcere, demonstrando com isso, de forma efetiva, a tão propalada boa-fé por ele sustentada ao longo do inquérito.”
Leia abaixo trechos da manifestação da Promotoria sobre o pedido de prisão preventiva para Mizael:

“Ora, se o investigado quer convencer o Juízo e o Ministério Público acerca da desnecessidade de sua prisão durante o inquérito e o processo, deveria então ter agido nos moldes acima explicitados, questionando a eventual injustiça da decisão junto ao Tribunal competente. Todavia, consoante já sugerido, preferiu fugir da ação da polícia e da justiça, desaparecendo de Guarulhos desde o último sábado (vide, nesse sentido, as informações policiais já externadas em toda a imprensa, bem como as declarações de seu próprio defensor, estas no sentido de que Mizael não vai se apresentar).
Tal conduta, por óbvio, revela às escâncaras que todas as vezes em que ele se deparar com uma situação desfavorável a si, tomará a mesma providência, qual seja, fugir.
Nesse passo, não propriamente pelas razões utilizadas no Plantão Judiciário, mas sim pela evidente demonstração de que fugirá da ação da justiça em todos os momentos em que se deparar com decisões contrárias a seus interesses, RATIFICO a necessidade da custódia cautelar de Mizael Bispo de Souza, esta para que seja garantida a aplicação da lei penal.
Muito fácil aos investigados é estar presente quando nenhuma medida restritiva lhe é imposta pela autoridade competente. A verdadeira boa-fé, esta a angariar a confiança do Juízo e do Ministério Público, advém sempre com as adversidades. E, na hipótese em comento, Mizael revelou sua insinceridade ao aventar aos quatro cantos que não teria medo de ser preso e/ou de enfrentar os ditames da lei.

Que garantia temos agora de que o Sr. Mizael não fugirá quando eventualmente for denunciado e/ou condenado pelo crime que aparenta ter cometido? Se até agora a resposta era duvidosa, cremos que a partir de então não há dúvida alguma, isto é, sempre que se sentir em situação de risco, não hesitará em desprestigiar a Justiça, fugindo de sua ação todas as vezes que for necessário.”
Denúncia
O promotor Merli Antunes já havia dito que deverá denunciar Evandro e Mizael pela morte de Mércia porque, no entende dele, a investigação conseguiu reunir indícios para isso. O vigia e o ex poderão responder pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
No entender do Ministério Público, o crime foi premeditado e hediondo. O corpo de Mércia só foi descoberto após uma denúncia. Um pescador afirmou à polícia ter visto em 23 de maio, quando a vítima desapareceu de Guarulhos, um homem não identificado deixar um carro na margem da represa. Depois, escutou gritos de mulher e percebeu o veículo afundar na água.
 De acordo com a perícia, Mércia foi agredida e baleada, desmaiou e morreu afogada. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) com a causa da morte deve ser divulgado nesta semana, assim como o resultado dos exames feitos pelo Instituto de Criminalística (IC) a respeito do que foi encontrado no carro da advogada.

Da Redação Com G1

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