sexta-feira

Carro que matou filho de atriz era alterado para correr mais, afirma mecânico

Carro que matou filho de atriz era alterado para correr mais, 
afirma mecânico
O pai de Rafael Bussamra, 25, que confessou ter atropelado Rafael Mascarenhas, 18, filho da atriz Cissa Guimarães, levou o Siena do filho para uma oficina mecânica para tentar encobrir marcas do carro, informou à Folha nesta quinta-feira um funileiro, após prestar depoimento na 15ª DP (Gávea), no Rio.

O funileiro Paulo Sérgio Gentile Muglia, 48, ficou cerca de duas horas na delegacia, e disse que Roberto Martins Bussamra levou o carro no mesmo dia do atropelamento à oficina Grande Amigos, em Quintino, zona norte do Rio.

De acordo com Muglia, o pai e um irmão mais novo de Bussamra deixaram o carro em frente à oficina por volta das 5h de terça-feira (20). Ele disse que, quando abriu o estabelecimento, por volta das 8h, o carro já estava em frente.

"Eles levaram o carro lá, e não falaram nada sobre o atropelamento. Falaram quanto mais rápido fizer o serviço, melhor, pois o carro é de trabalho e precisamos dele o quanto antes. Inclusive falei que o mais rápido mesmo era trocar as peças, e ele disse que já iria providenciar, e fui executando o serviço", disse.

O funileiro disse também que a embreagem do veículo estava alterada para permitir um arranque mais potente do motor. A polícia investiga se Bussamra estava tirando um "pega" no túnel no momento do atropelamento ele nega.

Ainda segundo o funileiro, o pai de Bussamra voltou a ligar para a oficina por volta das 10h30, questionando se o serviço já havia começado. O funileiro disse ter respondido que já havia desmontado parte do carro, mas que aguardava o restante das peças para concluir o serviço.

Segundo Muglia, o homem disse, então, que ele poderia parar o trabalho, e que depois explicaria o motivo. "Ele não voltou a ligar", disse o funileiro, que já desconfiava que aquele era o carro que havia atropelado Mascarenhas.

Roberto Martins Bussamra e o irmão de Rafael Bussamra devem prestar depoimento nesta sexta-feira (23) à delegada da 15ª DP, Barbara Lomba Bueno, para esclarecer o caso.

A Folha procurou o advogado Spencer Levy, mas o escritório informou que ele não tem autorização da família para falar sobre o caso. Os telefones de Bussamra não atenderam.

MORTE

Rafael chegou a ser levado com vida para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea. Ele passou por uma cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos e morreu ao final do procedimento médico. A Secretaria Municipal de Saúde informou que a causa da morte de Rafael foi hemorragia interna e politraumatismo. Seu corpo foi cremado hoje.

Folha.com

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