terça-feira

Berlusconi devolve pênis ao deus Marte na Itália

Primeiro-ministro fez restauração polêmica e também implantou braço na deusa Vênus

Andreas Solaro/AFP
Andreas Solaro/AFP
A restauração das estátuas de Vênus e Marte adotou técnicas que vão contra as normas do patrimônio histórico
O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, cansado de passar pela estátua de Marte sem pênis e a de Vênus sem braço, no Palácio Chigi, resolveu devolver os membros perdidos às esculturas. Segundo publicou nesta quinta-feira (18) o jornal La Reppublica, a reinstalação vai contra as regras do patrimônio histórico.
O grupo de estátuas de mármore, instalado desde fevereiro no pórtico de honra do Palazzo Chigi, ainda recebeu outro tratamento pouco usual: um fundo azul kitsch, escolha do arquiteto pessoal de Berlusconi, Mario Catalano.
As peças do ano 175 d.C. (depois de Cristo), encontradas em 1918 em Ostia, perto de Roma, pesam 1,4 tonelada e medem 2,28 m de altura. As esculturas representam o deus da guerra, Marte, com os traços do imperador Marcos Aurélio, e a deusa do amor, Vênus, com os de sua mulher, Faustina.
A transferência da obra do Museu Romano das Termas de Diocleciano para o palácio onde trabalha Berlusconi criou polêmica. A intervenção "estética", pedida expressamente por Berlusconi, também causa controvérsia, já que vai contra as rígidas regras de restauração de obras de arte.
Berlusconi queria obras completas
De acordo com as regras do patrimônio histórico, os trabalhos de restauração não devem enganar o espectador e mostrar a diferença entre o que é verdadeiramente original e o que foi restaurado.

Segundo o La Reppublica, Berlusconi não se conformava com as regras. Ele levantou o questionamento ao seu arquiteto particular quando viu as estátuas, segundo o jornal. - Por que as esculturas na China têm um aspecto novo, enquanto que as nossas faltam braços e cabeças?
A oposição questionou a "restauração" pedida por Berlusconi, sobretudo após o recente desmoronamento da Casa dos Gladiadores, na cidade de Pompeia, que tinha quase 2.000 anos.

Da Redação com R7

Nenhum comentário:

Postar um comentário