quarta-feira

Mãe desmente versão apresentada pela Polícia Civil para morte do filho na Central de Polícia

Por Márcio Rangel, do Diário da Borborema

Na manhã de terça-feira, dia 16, ocasião do sepultamento do ex-presidiário Severino Genoíno da Silva, o "Raminho", de 36 anos, morto em uma suposta troca de tiros com agentes de investigação na Central de Polícia, a mãe da vítima resolveu romper o silêncio e apresentou uma versão dos fatos diferente da que foi relatada pela Polícia Civil. Ela desconfia que a morte já estaria sendo planejada.
De acordo com a dona de casa Francisca Farias Silva, de 52 anos, em nenhum momento seu filho reagiu e o tumulto na carceragem foi iniciado pelo próprio agente.
Conforme a dona de casa, ao abrir a porta que dá acesso às celas o agente achou que uma das celas estivesse aberta e suspeitou que um dos presos iria fugir. "Eu estava conversando com meu filho na porta da cela onde ele estava preso. Em nenhum momento o carcereiro abriu a cela onde Severino estava detido. A marmita que levei passou no espaço normalmente e os talheres eram de plástico (descartáveis), porque sabia que nada de metal entraria lá. Já estou tomando minhas providências porque meu filho foi executado pela polícia. Quero justiça", declarou Francisca.
Ela acrescentou que seu filho foi preso na tarde da última quinta-feira, dia 11 de agosto, quando retornava de Matinhas, no Brejo. Ele que atualmente cumpria pena por porte ilegal de armas em regime condicional, foi detido de posse de um revólver na BR-104. "Achei muito estranho porque sequer a polícia informou que ele foi preso. Ele ficou três dias na Central de Polícia sendo agredido e passando fome. Quando cheguei lá, no sábado à noite, fui levar apenas comida para ele e roupas. Se ele devia alguma coisa à Justiça, tinha que ter cumprido na cadeia e não ter sido morto deste jeito", completou.
A dona de casa ressaltou que seus familiares estão recebendo ameaças e ela já planeja morar em outra cidade. "Eu vi tudo, meu filho não foi morto porque reagiu, os policiais queriam assassiná-lo de todo jeito. Não vou descansar, por que quero que a justiça seja feita", declarou.
O caso está sendo investigado, em caráter especial, pelo delegado Cristiano Rodrigo de Souza Brito que já solicitou todos os exames, inclusive os testes de balísticas que serão realizados no cadáver e também nos quatro agentes envolvidos.

Da Redação com O Norte Online

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