terça-feira

Tremor de terra registrado no RN atinge seis municípios da Paraíba


O tremor de terra registrado ontem no Rio Grande do Norte teve reflexos na Paraíba. O abalo, que ocorreu por volta das 13h, assustou moradores de municípios da Grande João Pessoa e interior do Estado. Os moradores chegaram a abandonar as residências por medo de desabamentos, depois que viram mesas, cadeiras e camas balançarem dentro das casas. As informações preliminares do Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, (UFRN) indicam que a magnitude do tremor foi de 3,8 graus na escala Richter. O tremor teve como epicentro a cidade de João Câmara, distante 80 quilômetros de Natal, no Rio Grande do Norte.
Na grande João Pessoa, o abalo foi sentido em bairros na região de praia, como Cabo Branco e Tambaú, na capital paraibana, e em Intermares, no município de Cabedelo. O adolescente Luiz Felipe Freire, 16 anos, contou que estava deitado no sofá, por volta das 13h, quando sentiu o móvel tremendo. “Foi muito rápido, achei até que era meu irmão que tinha balançado o sofá”, destacou, acrescentando que o irmão dele estava no sofá ao lado e disse também ter sentido o tremor. “Não foi forte, tanto que não caiu nada, mas chegou a tremer; como eu nunca tinha morado em prédio achei que era normal isso acontecer”, revelou o adolescente que mora em Tambaú.
Luiz Felipe ainda comentou que a irmã, Luciana Leônia, nove anos, estava no computador no momento em que o prédio tremeu foi até a sala contar aos irmãos o que havia acontecido. “A empregada que estava arrumando o quarto e também sentiu o abalo”, finalizou. A mãe dos jovens, Elizabeth Leônia, funcionária pública, que não estava em casa durante o tremor de ontem, disse que no último sábado, no entanto, por volta das 15h, ela também havia sentindo a terra tremer enquanto assistia à televisão no sofá. “Eu tive a mesma sensação de quando se estar em uma rede e ela balança para um lado e para o outro, aquele vai e volta”, destacou.
Mas não foi só em Tambaú em que os moradores sentiram a terra tremer. No bairro do Cabo Branco, a estudante Mariana Muniz, de 18 anos, moradora do edifício Barão de Maraú, se surpreendeu ao ver os objetos balançarem em casa por alguns segundos. “Eu estava sentada junto à mesa do computador quando senti que ela começou a balançar. Depois olhei para tela do computador e vi que ela estava mexendo muito também”, disse.
A estudante contou que no momento em que o fato aconteceu ela estava conversando, pela internet, com uma amiga que mora em natal (RN) e, quase no mesmo instante, a amiga relatou à Mariana Muniz que sentiu o tremor. “A fachada do meu prédio está passando por um serviço de limpeza e, além disso, um dos apartamentos do condomínio está em reforma, o que me fez pensar, no começo, que o abalo tinha sido provocado por essa razões”, explicou a jovem. Na praia de Intermares, em Cabedelo, os moradores tiveram a mesma sensação. A faxineira Antônia Lemos, 44 anos, contou que por volta de meio dia, quando estava almoçando, sentiu a terra tremer. “De repente eu senti a porta do quarto tremer. Ela se mexeu e me ‘abalou’ também, porque eu tava encostada nela. Eu fiquei com muito medo”, descreveu faixineira.
De acordo o coordenador do Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, (UFRN), Joaquim Ferreira, o tremor de ontem foi o segundo registro no período de uma semana no país. O primeiro abalo ocorreu no último sábado, apenas no Rio Grande do Norte, em cidades como João Câmara, Poço Branco, Taipu, Ceará-Mirim e em alguns bairros de Natal. “Como o tremor de sábado foi em menor escala, 3,3 graus, o abalo só foi sentido no Rio Grande do Norte. Já o de ontem, os estudos preliminares apontaram a magnitude de 3,8 graus, por isso o tremor de terra foi sentido em outros estados”, afirmou.
Joaquim Ferreira lembrou que o último abalo sentido na Paraíba foi registrado em 1998, na cidade de Uiraúna, no Alto Sertão paraibano. Estudos apontam que a causa dos tremores registrados no último sábado e ontem foi uma falha geológica na região. “O que podemos fazer agora é monitorar a área, pois não temos como prevê e nem como evitar outros tremores”, reforçou.

Reportagem: Mário luiz ( carioca )
Edição de Texto: Rafaela Soares
Fotos : Central Conde de Jornalismo

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