O secretário da Segurança Pública e da Defesa Social (SEDS), Gustavo Ferraz Gominho, disse nesta quarta-feira (6) em entrevista coletiva que a ordem de matar pessoas vinha de apenados que trabalhavam para traficantes. As investigações continuam sendo processadas por um grupo de delegados e será pedida a quebra de sigilo bancário dos envolvidos, mas tudo vai acontecer em segredo de justiça.
Confirmação – A identificação do grupo foi constatada no crescimento de homicídios misteriosos entre os meses de maio e junho do ano passado. Identificados os autores, foi criada uma força tarefa para tentar prendê-los. E 40 dias atrás, após ouvir três testemunhas, a investigação comprovou a existência desse grupo de extermínio na Paraíba.
Segundo o secretário, o grupo está trabalhando para o tráfico de drogas, com as ordens partindo de presidiários. Todas as cautelas foram tomadas para prosseguir com as investigações, de modo que a vida de testemunhas e investigadores fosse preservada. “Se trata de um grupo muito perigoso e calculamos que nos últimos 10 anos tenham cometido no mínimo 300 homicídios”, disse.
Apoio e isenção – Todo o processo de investigação é do conhecimento do governador José Maranhão, de quem a SEDS recebeu total apoio, para que possa estancar a onda de homicídios verificada na Paraíba, principalmente na Grande João Pessoa. Orientada pelo governador, a Procuradoria Geral de Justiça foi consultada e designou uma comissão de promotores para acompanhar os trabalhos, sob a presidência do promotor Otavio Paulo Neto. “Isso vai permitir que façamos uma investigação com total isenção”, disse Gominho.
Segundo ele, a Polícia Federal identificou uma ordem de um preso do PB-1 para incriminar o corregedor geral da Polícia Civil, Magnaldo José Nicolau da Costa, adulterando a placa de um veículo roubado que passou a ter o número do automóvel daquela autoridade, com o que fariam assaltos e assassinatos. “A intenção não era pura e simplesmente manchar a honra do corregedor, mas matá-lo como aviso para que não fosse feita essa apuração”, explicou.
Prisões – Recordou que a partir do assalto a padaria ‘Pão e Massa’, no Bessa, com o apoio da Polícia Federal foi monitorado esse apenado do PB-1 que dava as ordens a seus comparsas, e eles se comunicaram no momento do roubo. Isso permitiu identificar os telefones usados e, finalmente, na noite da terça-feira (5), todos foram presos com armas e munições, inclusive o veículo que seria usado para incriminar o corregedor geral da Polícia Civil.
“Não vamos revelar nomes de policiais envolvidos, pois nenhum deles está preso. Presos estão aqueles que participaram da tentativa de incriminar o corregedor e que não são policiais”, informou o secretário, comunicando que delegado Carlos Alberto está presidindo o inquérito e as investigações. Segundo Gominho, existem de coronel a soldados da PM envolvidos com a quadrilha, em número de 30 a 40 em todo o Estado.
Telefones para denúncias – “O trabalho do grupo de investigação terá total apoio e será diuturno”, disse o secretário, pedindo que fossem divulgados dois números de telefones – 147 e 3214-9063 – para os quais a população poderá enviar qualquer denúncia, com a garantia de sigilo absoluto.
O Comando Geral da Polícia Militar está oferecendo total apoio às investigações e a ordem é para ter rigor na busca aos culpados. “Policial que age assim é bandido. Vamos investigar até o final”, disse Gominho. Informou ainda que os inquéritos em torno dos crimes serão integrados ao que passará a ser preparado pelo delegado Carlos Alberto.
Punições – O corregedor geral Polícia Civil, Magnaldo José Nicolau da Costa, disse que a participação dos policiais nos crimes é menor, “pois a grande maioria dos integrantes da corporação é de homens de bem e cumpridores de suas obrigações; os que se desvirtuaram já estão identificados e serão combatidos”. Ele considera o grupo de criminosos ousado, “mas isso não intimida a polícia”.
O coronel Wilde Monteiro, comandante geral da Policia Militar, disse que todo policial integrante dessa quadrilha, depois das investigações e de sua defesa, será punido. “Todos aqueles que encontramos em culpa tem sido responsabilizados”, garantiu. Disse que nada vai mudar diante de denúncias de envolvimentos de policiais militares nesses crimes, “pois a PM continuará prestando seus serviços à sociedade”.
Edição de Texto: Rafaela Soares
Fotos : Central Conde de Jornalismo
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