"O que nos falta no Brasil é diferenciar o crack de outras drogas para que possamos ter avanços significativos na prevenção e no enfrentamento a esse mal. O país ainda não acordou para a urgência do problema", adverte Paulo Pimenta (PT-RS), relator da CPI da Violência Urbana na Câmara.
O parlamentar, que foi relator da lei em vigor sobre drogas no Brasil, viajou na sexta-feira (27)para uma reunião com técnicos do observatório europeu da droga e da toxicodependência, em Portugal, em busca de modelos de atendimento que possam se encaixar à realidade brasileira.
Ele cita também a inexistência de um sistema de saúde que atenda as particularidades da droga. "O usuário do crack precisa de acompanhamento 24 horas para se livrar desse mal porque ele é compulsivo e ganha dependência rapidamente se nada for feito, mas o que o governo não conseguiu pensar dessa forma ainda".
No Senado, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) deu mais peso ao assunto e criou há 15 dias a subcomissão de segurança pública, com a função de percorrer o Brasil para verificar os casos mais emblemáticos ligados ao tráfico e a dependência do crack, além de ajustar propostas mais objetivas sobre o problema. "A ideia é que a gente vote um pacote anti-crack e traga especialistas ligados ao assunto para ajudar na discussão", adianta o presidente da subcomissão, senador Tasso Jereissatti (PSDB-CE).
A ineficácia nas ações do governo no combate à droga também foi avaliada pelo presidente da CCJ, senador Demóstenes Torres (DEM-GO). "O governo está no caminho de tentar apenas tratar viciados, enquanto o tráfico tem tomado conta do país. Temos que encontrar tratamento adequado para os doentes, assim como já existem em outros países e estamos, inclusive, autorizados a fazer viagens internacionais para verificar quais os tratamentos seriam mais adequados para o quadro no Brasil".
Reportagem: Mário luiz ( carioca )
Edição de Texto: Rafaela Soares
Fotos : Central Conde de Jornalismo
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