Mulher foi detida por desacato e homem por dano ao patrimônio em SP.
Polícia Militar diz que cerca de 2 mil pessoas participaram de manifestação.
A Polícia Militar de São Paulo deteve duas pessoas na manhã desta quarta-feira (23) após o confronto que dispersou manifestantes que bloqueavam a Radial Leste na altura da Estação Corinthians-Itaquera. Cerca de 120 policiais militares participaram da ação contra cerca de 2 mil pessoas, segundo os comandantes do 48º Batalhão da PM, o tenente-coronel Demarcio Arantes, e do 39º BPM, major Kenji Konishi, afirmaram ao G1.
Além de impedir o tráfego de veículos na via, manifestantes depredaram ônibus de transporte público coletivo perto das 6h30. Alguns tiveram os pneus furados. Após tentativas frustradas da PM de negociar com os manifestantes a liberação da via, a corporação decidiu usar bombas de efeito moral para dispersar o grupo e desbloquear a pista, por volta das 8h.
Na confusão, uma passageira de um ônibus foi atingida na cabeça por uma pedra atirada por um manifestante. O homem não foi identificado. A mulher ferida foi levada para um hospital na Zona Leste, onde foi socorrida e medicada. Seu estado de saúde não foi divulgado.
O protesto na estação foi por causa da greve dos funcionários do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Os manifestantes são contrários à paralisação por tempo indeterminado da maioria da malha de transportes por trilhos na capital paulista. Os grevistas reivindicam reajuste salarial.
Pedradas“Furaram os pneus de um ônibus. Além disso, uma moça foi detida por desacato. Ela tentou agredir um oficial nosso. Outro rapaz que jogou uma pedra na viatura da PM também foi detido”, afirmou o tenente-coronel Arantes. Segundo ele, os dois seguiriam para o 63º Distrito Policial, na Vila Jacuí, onde o delegado deverá fazer um boletim de ocorrência por desacato e dano ao patrimônio público. Após isso, o homem e a mulher deverão ser liberados.
“A situação agora está totalmente sob controle. O que ocorreu é que trabalhadores que vinham de ônibus paravam em frente à estação e encontravam o Metrô fechado. Pessoas se aglomeraram aqui. Outras ficaram revoltadas e ocuparam a pista por causa da falta de transporte público. Tentamos de forma pacífica conversar com eles para liberarem a pista, mas eles depredaram os ônibus e machucaram passageiros exigindo que eles desembarcassem. Jogaram pedras e uma mulher foi ferida. Não teve outra alternativa e foi preciso agir de forma enérgica e houve esse confronto com os quase 2 mil manifestantes”, afirmou o major Konishi. Segundo ele foram usadas bombas explosivas de fumaça.
Segundo o coronel Marcos Roberto Chaves da Silva, comandante do Comando de Policiamento da PM na capital, a corporação filmou e fotografou os manifestantes para depois tentar identificá-los. “A PM usou o sistema olho de águia. Quem for identificado será representado pela PM no Ministério Público para responder por dano ao patrimônio público porque ônibus é um patrimônio público”, disse o coronel Marcos Chaves.
GreveA decisão do Sindicato dos Metroviários de São Paulo de optar pela paralisação ocorreu na terça-feira (22) após uma audiência com representantes do Metrô que terminou sem acordo. A Justiça do Trabalho determinou, no entanto, que o sindicato dos Metroviários mantivesse 100% da frota funcionando durante os horários de pico e 85% nos demais horários e proibiu a liberação das catracas.
O sindicato terá que pagar multa de R$ 100 mil diários por descumprimento da decisão. Os horários de pico são das 5h até as 9h e das 17h às 20h. A audiência de conciliação desta tarde foi realizada no Tribunal Regional do Trabalho - 2ª Região, e mediada pela desembargadora e vice-presidente do tribunal, Anélia Li Chum.
Os funcionários das linhas 11-Coral e 12-Safira da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) decidiram entrar em greve em assembleia realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil (STEFZCB).
A greve nas duas linhas da CPTM teve início à 0h desta quarta-feira (23), e deve perdurar por tempo indeterminado. Está prevista uma nova assembleia às 18h desta quarta, para avaliar a paralisação. Cerca de 850 mil passageiros usam diariamente as duas linhas.
Mário Luiz (Carioca) com G1
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