Uma
comissão formada por vendedores ambulantes e membros da Associação de
Ambulantes de Eventos da Grande João Pessoa e vendedores ambulantes
procuraram o ClickPB na manhã desta quarta-feira, 08, para reclamar dos
abusos que os trabalhadores informais têm sofrido por parte da
Prefeitura Municipal de João Pessoa.
Márcia Medeiros, presidente
da Associação, relatou que acontecem abusos constantemente e que a
associação tem projetos para amenizar o sofrimento dos comerciantes, mas
que nem são recebidos pelos governantes para apresentarem suas
propostas.
A comerciante Maria da Salete Silva tinha um box na
parte externa do Mercado Modelo de João Pessoa, ela vendia lanches e
refeições, o local que servia como fonte de renda para Maria da Salete
era também a sua casa. Agentes da Secretaria de Desenvolvimento Urbano
de João Pessoa estiveram no Mercado Modelo na tarde de ontem e
expulsaram os comerciantes do local, para os que tinham os boxes dentro
do Mercado houve promessas de receberem novas instalações para
trabalharem, mas para os que trabalhavam fora, como Maria da Salete,
perderam tudo.
A
comerciante voltou para uma pequena casa de taipa que tem em uma área
invadida no bairro do Baralho, na cidade de Bayeux, grande João Pessoa. A
comerciante relatou que tem problemas de saúde e teria que se submeter a
uma cirurgia ainda este semestre, mas diante da situação não tem
condições financeiras de se sustentar. Maria da Salete está, agora, a
procura de emprego, uma vez que mora sozinha.
O grupo relatou
também os abusos sofridos por Edvaldo Soares, que trabalhava na praia
vendendo diversos produtos. Segundo Edvaldo, ele foi abordado na última
sexta quando estava indo para casa. Ele disse que cerca de doze agentes
da Sedurb o abordaram e, apesar dele dizer quer estava indo embora, foi
agredido (fotos) e teve suas mercadorias apreendidas. Edvaldo registrou
um boletim de ocorrências pelas agressões e procurou o Secretário Lucius
Fabiani na tarde desta terça, 07, para tentar reaver as mercadorias.
Segundo
Edvaldo, o Secretário disse que Edvaldo é reincidente e, por isso, terá
que pagar a taxa duas vezes para ter seus produtos de volta. A taxa
cobrada é de R$ 165, mas Edvaldo diz não ter condições de pagar R$ 330,
para ter de volta as mercadorias apreendidas.
A
presidente da Associação dos Ambulantes, Márcia Medeiros, questionou o
Secretário de Desenvolvimento Urbano sobre o motivo de maltratar tanto
os vendedores ambulantes se há empresários mantendo vendedores de açaí
em carrinhos pelo Centro da cidade. "Provavelmente a resposta do
Secretário será de que estamos reclamando porque há algum político nos
apoiando. Ele vai dizer que é uma questão política", finalizou Márcia.
A
Comissão disse que vai procurar o prefeito, Luciano Agra, amanhã e
pedirá uma reunião para discutir o assunto e tentar encontrar uma
solução porque, segundo Márcia Medeiros, há muitos ambulantes na mesma
situação de Edvaldo e Maria da Salete.
Da Redação com Click PB
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