Leitura de denúncia contra Temer é adiada para segunda-feira
Sem quórum, Câmara adia novamente leitura da segunda denúncia contra Temer
Sessão do plenário não foi realizada por causa da baixa presença de
deputados. Supremo só poderá analisar denúncia contra o presidente se a
Câmara autorizar.
Pela segunda vez, Câmara dos Deputados adiou, nesta segunda-feira
(25), a leitura da nova denúncia contra o presidente Michel Temer,
apresentada pela Procuradoria Geral da República. Não houve presença
suficiente de parlamentares para a abertura da sessão de plenário. A
leitura é uma formalidade para o processo ter andamento na Casa.
A sessão de plenário havia sido agendada para iniciar às 14h. Era
necessário que, dos 513 deputados, pelo menos 51 deputados estivessem
presentes para que ela fosse aberta. No entanto, 30 minutos depois, com
apenas 23 parlamentares na Casa, dos quais nove presentes no plenário, a
reunião foi cancelada. Uma nova sessão foi marcada para a manhã de
terça-feira (26).
A denúncia contra Temer foi entregue pelo Supremo Tribunal Federal
(STF) à Câmara na quinta-feira (21). Na sexta-feira (22), a leitura já
havia sido adiada, depois que a sessão do plenário foi cancelada, também
por falta de quórum.
Um dos deputados presentes nesta segunda, Chico Alencar (Psol-RJ)
afirmou que acreditava que o quórum seria alcançado e trouxe a denúncia
impressa para acompanhar a leitura. Segundo ele, a demora do governo em
concluir essa etapa já é vista como uma estratégia para angariar apoio.
“A indagação que fica é: tendo pressa em enterrar logo essa denúncia,
por que governistas não se mobilizam para dar o quórum aqui? Parece que
isso tudo, na verdade, faz parte do jogo. É uma sinalização que eles vão
vender carinho esse apoio ao governo, como toda e qualquer matéria”,
criticou”, criticou.
Denúncia
Temer
foi denunciado ao STF pelos crimes de organização criminosa e obstrução
de Justiça. Mas a Corte só poderá analisar a acusação se a Câmara
autorizar.
A votação pode acontecer em outubro, segundo estimou o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Nesta quinta, o Supremo rejeitou, por 10 votos a 1, pedido da defesa de Temer para suspender o envio da denúncia à Câmara.
Os advogados do presidente queriam que a Corte aguardasse a conclusão
das investigações sobre se executivos da J&F omitiram informações
nas delações premiadas. As provas apresentadas por eles compõem parte da
denúncia contra Temer.
Análise na Câmara
Assim como na primeira denúncia oferecida contra Temer, por corrupção
passiva, caberá à Câmara dos Deputados decidir se autoriza ou não a
continuidade do processo ao Supremo.
Se a denúncia seguir para o STF e os ministros decidirem aceitá-la,
Temer se tornará réu e será afastado do mandato por até 180 dias.
Mas, para a acusação da PGR contra o presidente seguir para a Corte, são
necessários os votos de, no mínimo, 2/3 dos deputados, ou seja, 342 dos
513.
Se a Câmara não der aval ao prosseguimento do processo, a denúncia
ficará parada até o fim do mandato de Temer, em 31 de dezembro de 2018.
Da Redação com G1
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